Minha vida é um rio
Que corre e não se vê
Invisível aos ouvidos e aos que sentem
É um descontentamento de repente
Com a dor que desatina a doer
Minha vida vai,
Sem dó
Nem piedade
Com a luz do dia e da Lua
a iluminar meus pensamentos
E se eu não quiser
Mais que bem quiser
Se deixar ferir o que já foi ferido
(Ferida aberta não cicatriza mais)
Vou guardar aqueles escritos que um dia não publiquei
Vou esconder as palavras que um dia engoli.
E se meu rio corre como o Sol
Hei de crescer no leste
Hei de morrer no oeste de todo dia
E envelhecer naufragada no meu mar particular.
Ou é a pia que pinga
Ou a marvada (pinga) que vaza
Pelos meus poros
Sonoros
Pesares.
Ana.
(Texto e foto: Ana Letícia.)