Arquivo da tag: borboletas

O outro

Padrão

O outro chega e me aconchega
Só quero afundar em seu peito
Acarinhar para sempre seus cabelos
Conversar até o infinito e além
Sentir seu abraço me derreter
Em um momento que antecede o beijo
Em que sua barba me espeta carinhosamente
E sua respiração coincide com meu descompasso.
E então sentir-me-ei entregue e indefesa
Aterrorizada pela impossibilidade
Do choque de realidade de não poder
E então me frustrarei
E me recolherei
Na dor de nunca ser.
Dois pássaros voando
Desejo de criar asas…

Pássaros

Ana.

Texto e foto: Ana Letícia.
* Todos os direitos reservados *

Publicidade

Defesa

Padrão

tempestade
Não, eu não gosto mais de você.
Fui dormir em uma noite qualquer pensando sobre a gente… Quando acordei no dia seguinte, a magia tinha se acabado, simples assim.
A princípio fiquei atônita, procurando aquelas borboletas com as quais aprendi a conviver, tentando entender o porquê de eu não sentir mais o que sentia na noite anterior.
Mas aí, simplesmente, cansei. Cansei de procurar, de tentar entender. E foi aí que eu entendi: cansei de promessas vazias de pés juntos e dedos cruzados. E quanto mais entendi, mais atônita e cansada fiquei.
Não, eu não me canso facilmente. Mas meu coração cansa. Ele é calejado, e não aceita ser quebrado mais de… Duas vezes. Na terceira, ele vira pedra oca, não chora mais.
Apesar do vazio e da aparente insensibilidade, me comovo com algumas notícias suas, me revolto com outras. Às vezes sinto vontade de te ligar, conversar. Depois passa… E como passa rápido!
Não vou mentir para mim mesma que não sinto um arrepio bom quando ouço sua voz. Que meu coração não dispara quando você dá algum sinal de vida. Que vejo sua foto e não me imagino ao seu lado. Que não queria, agora, sentir seus cabelos entre meus dedos, sua barba no meu rosto.
E mesmo com essa nostalgia toda, eu digo não.
Eu não gosto mais de você.
Em minha defesa, exorcizo o resto de você, que ficou em mim, nessas linhas. Exercito minha auto análise, e me declaro, definitivamente, livre.
Ou não.

Ana.

Texto e foto: Ana Letícia.

Borboleta e metal

Padrão

20131224-013025.jpg

Ainda sinto seu abraço
E seu corpo no meu
Ainda sinto seu beijo
Tímido
E seu rosto limpo
De sabonete de mel
Saboreio sua voz
Vida em seu canto
Música de borboleta e metal
Desço do salto
E nas pontas dos pés
Danço em seus braços
E então sorriso nos olhos
Contidos
E no canto da boca
nasce
Um poema.

Ana.

Mulher Tola

Padrão

Frôzinha

Sorriso no canto dos lábios
Por quase nada
Ou por tão pouco
Dormir suada e acordar assustada
Pelo sonho que sonhei só
E agora o olhar se faz sorrir
(Mesmo sem correspondência)
E o nó na garganta se aperta
Para não escaparem as borboletas
Para não se espalhar a vontade… de escrever poesia
O que não me torna poetisa
Mas, sim, uma tola mulher
Vê se pode?

As borboletas voltaram
Junto a elas engulo saliva seca
Vontade de sair
De pular
De gritar.

Ana.

(Texto e foto: Ana Letícia.)