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das taras que um dia eu tive

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quisera eu poder contar minhas taras
meus brincos, minhas luvas
meus sapatos, cavalos marinhos
homens e cervejas e dias de folga e chocolates
quisera eu poder ter sempre uma tara a tiracolo
para usar quando necessário
noites de sexta feira e manhãs de sábado
filmes com pipoca em dias de lua cheia
beijos roubados, no pescoço
beijos proibidos, esperados
mar azul, janelas com vasos de flores
perfume de carro novo, presente bem embrulhado
bolinhas de sabão, cartas pelo correio
s
e
x
o
de manhã bem cedinho
quisera eu usar de taras bem colocadas
meias listradas em noites de inverno, choconhaque e festa junina
usar cobertor, roupa de cama limpinha e macia
dançar em volta da fogueira, contar estrelas
sentir cheiro de amaciante nas roupas, ver gotas de orvalho em pétalas de flor
toalhas fofinhas, azeitonas sem caroço
quisera eu viver numa tara só
de pôr do sol, de poemas, e de bilhetes desenhados
repassados, escondidos
viver de surpresas e de segredos ao pé do ouvido
viver pra deitar no colo
ganhar cafuné
ficar de mãos dadas e gargalhar
ouvir risada de criança e ver sorrisos sem dentes
cantos de passarinhos, cheiro de chuva, barulho de cachoeira
quisera eu poder me alimentar de taras e de sonhos
comer torresmo com limão, beber tequila e champagne
e matar a sede com coca light num copo cheio de gelo
quisera eu curar minha tara por olhares que se encontram
por paqueras
por msn
e um dia acordar e dizer
que já tenho tudo.

Das taras que um dia eu tive


Ana.
(texto, fotos e montagem.)

Originalmente publicado no M.A.C.A.B.E.L.A.G.E.M em 17 de abril de 2008.
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Ana.

(Foto by Jerico.)

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Ana.

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Eu vejo a pureza nos olhos da criança, vejo a vida nos olhos do idoso. Vejo quanto tempo se passou, quanto tempo vai passar. Vejo a alegria e a dor, vejo amor, vejo luz, vejo o passado e o futuro, a cavalo.

Vejo que basta uma gota de sol pra transbordar o sentimento, uma mão na mão do amigo pra debulhar lágrimas, silêncio e sorte. Vejo a chuva ao longe, chegando devagarinho, e vejo o tímido luar querendo nascer depois do sol morrer. Vejo laços se formando, me envolvendo, acalentando, laços fracos, laços de fita vermelha e branca, laços com nós, apertados nós, entre nossos mundos e fundos.

Vejo a serra ao fundo, a neblina mansa, branca massa de ar frio que me seca o cabelo e chega como fios brancos na velhice da montanha tardia. Cãs de dúvida e preocupação…

Vejo e antevejo sonhos, o amanhã que já vai chegar, a rotina a retomar. Vejo gritos e sussuros roucos, vejo beijos poucos e trabalho a galopar. Vejo um terno a se formar, termo a reciclar, eterno suspiro de uma mente a relembrar, vejo a tela, a vela, a dipirona e o colar. Vejo a gota a brotar no seio da pétala, do pêssego, do bêbado a cambalear.

E vejo como é simples o amar. Como é puro e é belo o sonhar. Vejo como é fácil e difícil ao mesmo tempo o cuidar. Vejo a vida a passar e o tempo a cacarejar.

Triiiimmmmmmmm… É o alarme a soar. O bolo deve estar assado, não pode queimar.

Ana.

(Texto e foto – Modelo: Maria Eduarda, minha priminha.)


***

Extra! Extra!

Hoje é a minha estréia no MACABELAGEM, o “blog literário” do Projeto Macabéa… Confiram, é um minutinho só! 😉

Inté…

Ana.