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Hocus Pocus

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Som na caixa:

Uma das coisas boas de BH é poder assistir shows de ótima qualidade, sem gastar muito. Uma das bandas que mais tenho gostado de assistir é a Hocus Pocus, que toca cover dos Beatles… E como os meninos de Liverpool nunca saem de moda, não custa nada dar uma conferida nos músicos de Minas:

“Desde 1984 o Hocus Pocus interpreta a música dos Beatles e traz de volta a magia de um sonho que não acaba nunca.

Formado por cinco brasileiros das montanhas de Minas, o grupo, além de observar arranjos originais dos Beatles, compartilha com o público a emoção e a alegria que marcaram o quarteto de Liverpool.

Os shows mesclam a ingenuidade das baladas com o vigor do rock & roll, apresentando também canções da fase mística, pacifista e psicodélica.”

Minhas dicas de locais em BH onde sempre tem um rock n’ roll de primeira rolando, y otras cositas más:

Lord Pub
The Jack Rock Bar
Garage d’Caza
Conservatório Music Bar
Utópica Marcenaria
Freud Bar
Stonehenge Rock Bar

Hocus Pocus

Hocus Pocus na Utópica Marcenaria – Mar/2007 (Foto by Ana.)

Ana.

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Investimentos

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Dinheiro BEM GASTO, para mim, é aquele utilizado para a compra de livros, CDs e DVDs.

Todo mês reservo uma verba para isso, mas, é claro, às vezes eu acabo extrapolando(os livros no Brasil são exorbitantemente caros!), como esse mês, por exemplo. Mas estou longe de me arrepender, pois acabei me apaixonando pelas minhas últimas aquisições, ou investimentos, se preferirem:

DVD Assim Caminha a Humanidade (Giant- 1956)
Apenas por ser o último trabalho do James Dean já vale a pena (o “rebelde sem causa” morreu tragicamente antes da produção terminar). O filme é passado no Texas, aproximadamente entre os anos 20 e 40, e conta a história de várias gerações de uma família poderosa, que vive da exploração de uma enorme fazenda. O personagem de James Dean é um cowboy empregado da fazenda que vê sua sorte mudar ao herdar um pequeno terreno no meio das terras do patrão. Esta herança muda irremediavelmente sua vida, assim como a de todos que o cercam. O resto da história você só vai saber vendo o filme, pois eu não quero estragar o prazer de ninguém! O filme ganhou o Oscar de melhor diretor e foi indicado ao prêmio em outras nove categorias, e, mais importamte que tudo isso, ganhou o lugar de honra entre os meus filmes prediletos! (Ponto alto 1: Um CD inteirinho de extras! Ponto alto 2: Comprei o DVD em uma promoção, numa loja no centro da cidade, pagando por ele menos de um terço do valor normal!)

Livro – Madame de Pompadour – Christine Pevitt Algrant
Comprei esse livro às cegas, sem nenhuma recomendação, em uma das minhas andanças pelas livrarias (muito bem acompanhada pela Anita, por sinal). Desde que eu me apaixonei por biografias estava querendo ler uma da Madame de Pompadour, a favorita do rei francês Luís XV, mas não tinha conhecimento de nenhuma publicada no Brasil. Assim que bati os olhos nesse livro, não hesitei em comprá-lo, após verificar que a autora é uma historiadora inglesa reconhecida internacionalmente. Não me arrependi! Esta biografia é rica em detalhes tanto do contexto político quanto cultural dos anos que antecederam a Revolução Francesa, traça um painel fascinante da corte de Versalhes, dos hábitos da nobreza, e de como eram tratados os assuntos do Estado nesses últimos anos do absolutismo na França. Inclusive, a autora não restringe a narrativa apenas à pessoa da Madame de Pompadour, mas, pelo contrário, nos apresenta aos demais personagens ilustres da época, como o próprio Luís XV, os intelectuais Voltaire, Rousseau, Diderot, etc. Uma coisa que me impressionou muito foi a quantidade de mulheres da família real e da corte que morriam no parto ou em complicações pós-parto! Assim como as mulheres, as criancinhas também morriam como moscas, em decorrência da inexistência de diagnósticos e tratamentos eficazes (naquela época, quando uma pessoa ficava doente, a primeira providência dos médicos era “sangrar” o paciente, para “purificar o sangue“. A consequência disso, obviamente, era o imediato enfraquecimento da pessoa, que, já debilitada, não tinha mais forças para resistir nem a uma simples infeccção!) E olha que o livro se restringe a mencionar as mulheres da classe privilegiada, a realeza, imaginem então como era nas classes menos privilegiadas! Enfim, o livro é muito bem escrito e surpreendentemente bem traduzido, uma leitura prazerosa e enriquecedora!

CD Chet Baker – Jazz´ round Midnight

Acho que após o advento do E-Mule, eu sou uma das poucas consumidoras de CDs, mas quando eu gosto do artista, não consigo me contentar com um pirata ou simplesmente “baixar”. Esse CD não é nenhuma novidade, mas para os amantes de Jazz é uma obra imprescindível, pois reúne as melhores interpretações do Chet Baker, dentre elas a música mais romântica do mundo , na minha modesta opinião, a belíssima Easy Living! É a trilha sonora perfeita para um jantar a dois à luz de velas, para namorar em frente à lareira tomando um vinhozinho, ou, simplesmente para ouvir em um momento de reflexão individual, para descontrair.
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É isso aí, gente: dinheiro vai, dinheiro volta, mas o que você guarda na sua cabeça, isso ninguém pode tirar de você.

Bela.

Música para os olhos

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O que dizer sobre esse cara? Posso parecer desrespeitosa, mas este aí ao lado, o Cartola, (vulgo “Angenor de Oliveira”), sempre foi tão presente em minha vida, enquanto estudante de piano, amante de música brasileira e filha de pai músico (blogueiro / psiquiatra / psicanalista / filósofo nas horas vagas), que quando o escuto sinto como que se ele sempre esteve aqui ao lado, naturalmente desfiando seu violão, com aquelas mãos de pedreiro e a destreza de uma fada!

As músicas, sempre melodiosas, trazem letras ricas, elaboradas, em um bom Português… Mas Cartola não era semi-analfabeto? Sim, dentre outras coisas também, que fizeram de sua vida um filme pronto para ser filmado, entrecortado de dramas, sucessos, tragédias, doenças, álcool e lirismo…

Para se ter uma idéia, sua primeira esposa ele conheceu num prostíbulo, quando ele tinha só 17 anos de idade. Além disso, ela era casada, e bem mais velha que ele. E só após muitos anos de ter ficado viúvo foi que Cartola reencontrou D. Zica, também viúva, sua amiga e namoradinha de infância. Daí vieram muitos filhos adotivos, o famoso bar Zicartola, por onde tocaram e cantaram tantos grandes nomes do samba e da MPB… Entre eles o Paulo Cesar. Quem? Paulinho da Viola!

“Ouça-me bem amor, preste atenção, o mundo é moinho, vai triturar seus sonhos tão mesquinhos, vai reduzir as ilusões ao pó…”

O filme “Cartola“, que tive o prazer de assistir nesta segunda-feira última, em companhia de ninguém mais, ninguém menos, que a nossa querida Dôdô, é um documentário que mistura ficção (pois ele é interpretado, quando criança, pelo ator Marcos Paulo Simião – que diga-se de passagem, ficou IDÊNTICO ao Angenor menino, pelas fotos antigas que são mostradas na película) e realidade, contando toda sua história de vida, desde o início, sua descoberta, seu sumiço, o retorno, a gravação do primeiro disco – quando ele já tinha 66 anos – etc, etc.

“Queixo-me às rosas, mas que bobagem, as rosas não falam, simplesmente as rosas exalam, o perfume que roubam de ti… Ah!”

Além da própria história de vida do mestre, é contada também um pouco da história do Rio de Janeiro, todas aquelas paisagens que nós, mineiros apaixonados pelo Rio, conhecemos hoje em dia, são mostradas no filme nos anos 30, 40… A história do samba, a criação das primeiras escolas-de-samba, os primeiros desfiles, os sambas-enredo, as rodas-de-samba genuínas… Tudo isto, para quem é um amante de música, e, lógico, do samba, é de se maravilhar, é de deixar a gente num verdadeiro “estado de graça”, vontade de flutuar e sair dançando e cantando pela rua afora, na chuva! (Né, Dô? rsrs)

Enfim, Cartola é música para os olhos… Você sai da sala de projeção com a alma elevada… Todos cantam juntos suas músicas dentro do cinema, não tem como não se emocionar e querer bater palmas ao fim…

“A sorrir eu pretendo levar a vida, pois chorando eu vi a mocidade perdida!”

Bom, esta foi a minha dica cultural… Para quem curte cinema, documentários e samba, vale à pena assistir! Em BH, “Cartola” está em cartaz apenas no Cine Belas Artes, na Rua Gonçalves Dias, próximo à Praça da Liberdade.

Beijos,

Ana.