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Recados do Céu e da Terra

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Para meu grande amigo, primo, poeta, João, onde quer que você esteja…

JoaoViolao

Recado do Céu
“… ele fez uma poesia que bailasse sobre cada retina e que desfilasse toda a sua beleza em versos tantos. No seu juízo mais que perfeito, modelou com traços lapidados a sua criatividade. Seu recado veio em forma de vida, de olhar atento, sorriso vibrante e da cala, da fala precisas, mas que naturalmente abraçou, sentiu, beijou, amou, viveu a Terra.”

Recado da Terra
“… usou suas palavras fetais, vitais e fatais para escrever toda a sua natureza de forma que jorrasse os tempos e falasse com as estrelas em tantos versos. Com a perda do tino criou universos à sua majestade. Seu recado veio em forma de vida, de olhar tímido e sorriso constante, da fala e da cala sinceras, mas que naturalmente abraçou, sentiu, beijou, amou, viveu o Céu.”

Trechos de “Tantos Versos Tantos”, por João Lenjob, aos 15/04/2011.

João

Substantivo masculino, singular, complexo
Nome próprio do pai
Jeito próprio do filho
Sorriso constante, aberto
Sentimento transparente, transbordante
Como definir João?
Como não lembrar João?
Como esquecer João?
João não se esquece
É presença confiante
É vida, gana, festa, acontecimentos
Amizade para tantos quantos cabiam em seu coração
E eram muitos…
Poesia viva com jeito de menino
Música madura em palavras
Empolgação em cada gota de suor ou de lágrimas
Felicidade em minúsculas, pequenas coisas
Capazes de transformar um dia cinzento num belo arco-íris em seus versos
AMOR
Em maiúsculas.

Ana

(Texto por Ana Letícia.)

* Outras homenagens ao João:
Castelo do Poeta – Mima Carfer
Olha o Semblante – Thiago Quintella de Mattos
– Meu Flickr

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Olhando nos Olhos

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Hoje, 14 de março, é o Dia Nacional da Poesia, criado em homenagem a Castro Alves.

Nos seus olhos” não foi o primeiro poema que declamei. Sempre gostei de brincar disso, mas nunca havia tentado em frente a uma câmera ligada apontada para mim – me sinto mais à vontade atrás das lentes.

O feito inédito foi presente do primo poeta João Lenjob,  projetando seu próximo livro, Verso Liso.

Mais sobre este e outros projetos no Castelo do Poeta.

Espero que gostem…

Ana.

Da dor de se amar demais

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Poderia me abstrair de tudo e dizer, e acreditar, simplesmente, que me basta um amor tolo, como o tempo de duração do filamento de uma lâmpada comum, tácito, plácido, de desejo, pura e simples, explícito em tons pastéis, lânguido e preguiçoso. Não, não posso. Não sou assim.

Não costumo economizar. Há de sobra empolgação, falta de noção. Sou moça de horas, de dias, de anos, anos-luz. Mulher da dor de se amar demais e de se entregar, de ser perfeccionista com tudo o que faço e sinto.

Não há nada pela metade. Meias-palavras, meia foda, meia-calça. Meia-luz, pode até ser. Mas nem 8, nem 80. Ou é ZERO, ou é CEM. E vou de 1 segundo a 1000 km/h (e vice-versa) de olhos fechados, na fração de um momento, na feição, na emoção, no olhar, na letra, na ponta dos pés, no pingo do i. E é aí que mora o perigo!

E de tanto querer, há tanto sofrer. Tanta responsabilidade, tanta dor. E há tanto prazer… E há o lembrar, e há o sentir, e há o cheirar, e há o gostar. Pois não há amor sem gosto, lembrança sem cheiro, música sem gozo.

E depois daquele beijo, há a quebra. Há o limite ultrapassado, e tudo se torna tão bom quanto uma fotografia perfeita, a luz que aquece e ilumina seus loiros pelos, como num quadro de um filme, como um filamento de ouro deliberadamente largado, esquecido, sobre suas vestes… E tudo fica tão engraçado quanto numa comédia de palhaços tristes, tão natural quanto deitar na relva e sentir o cheiro da chuva, acariciar seu cão, dormir abraçadinho, mesmo quando não se está com sono, comer banana com queijo e lamber o fundo do prato até não sobrar um resquício de amor sequer.

Ana.

Texto e Foto: Ipê Amarelo: by Ana Letícia.