
Banca de frutas do Mercado Central, Basílica de Lourdes, Centro Cultural (antigo museu de Mineralogia), Museu Histórico Abílio Barreto e Parque Municipal.
E por falar em costume bem mineiro, que tal um passeio pelo Mercado Central?
Mas eu ia dizendo sobre o passeio ao Mercado Central. Hoje eu fui lá com meus pais, que vão todos os domingos comprar temperos, acepipes, e fazer um “lanchinho”. Após comprarmos alguns vidrinhos de temperos e queijo canastra meia-cura (delícia de Minas!), resolvemos comer um lombinho na chapa com jiló. (É jiló mesmo, viu? Daquele que você dá pra passarinho comer.)
Hoje, enquanto esperávamos nosso lombinho com jiló, um senhor que estava ao nosso lado puxou papo: uma “figuráça”, de chapéu de boiadeiro, porta óculos no cinto, um semblante muito sofrido de gente “da roça”. Ele disse que era da Bahia, do interior, que a gente podia se servir do prato dele (contrafilé acebolado com jiló) e que deveríamos pedir ao rapaz da chapa para fazer nosso lombo beeemmm passado.
_“É um périgo comer carne de porco mal passada! O dotô me disse notro día, quando fui fázê uma consulta, num sabe? Póde dá bicho!” (Tentem ler com sotaque bem nordestino).
Respondemos cordialmente, concordando com o senhor.
_“Esse povo daqui du mercado num passa muitcho bem passadim não, a rente pede, mar eles num faz direitcho.”
Papai concordou, devolvendo o prato ao atendente e pedindo que fosse passado novamente na chapa. E pegou um pedaço de carne do prato do senhor nordestino. E ele continuou, dizendo que tinha 4 filhas que moravam aqui em BH, que ele gostava muito daqui, mas não de prédio de apartamento, pois se sentia muito preso. Perguntou se a gente era daqui mesmo, pois ele só conhecia uma pessoa que era “nascida e criada” aqui, que vinha a ser o seu genro. Se espantou quando dissemos que sim, éramos daqui sim. Achou o máximo! Quando chegou nosso prato já bem passado, serviu-se de nossa carne bem rapidamente, e comentou que “Agora sim, ta muitcho boa!”. É impressionante, cada figura que a gente vê naquele mercado!
E para que vocês não fiquem pensando o contrário: é muito bem freqüentado, viu? Artistas, jogadores de futebol, “gente da alta”, todo mundo vai ao mercado, junto com gente simples, gente da roça, gente como a gente. Mas ainda assim, tudo é vendido com preços excelentes, muito barato!
Bem, fico por aqui com a minha dica de BH, só pra não perder o costume de contar um pouquinho mais dessa nossa cidade, que é uma verdadeira miscelânea de raças e culturas.