Não, eu não gosto mais de você.
Fui dormir em uma noite qualquer pensando sobre a gente… Quando acordei no dia seguinte, a magia tinha se acabado, simples assim.
A princípio fiquei atônita, procurando aquelas borboletas com as quais aprendi a conviver, tentando entender o porquê de eu não sentir mais o que sentia na noite anterior.
Mas aí, simplesmente, cansei. Cansei de procurar, de tentar entender. E foi aí que eu entendi: cansei de promessas vazias de pés juntos e dedos cruzados. E quanto mais entendi, mais atônita e cansada fiquei.
Não, eu não me canso facilmente. Mas meu coração cansa. Ele é calejado, e não aceita ser quebrado mais de… Duas vezes. Na terceira, ele vira pedra oca, não chora mais.
Apesar do vazio e da aparente insensibilidade, me comovo com algumas notícias suas, me revolto com outras. Às vezes sinto vontade de te ligar, conversar. Depois passa… E como passa rápido!
Não vou mentir para mim mesma que não sinto um arrepio bom quando ouço sua voz. Que meu coração não dispara quando você dá algum sinal de vida. Que vejo sua foto e não me imagino ao seu lado. Que não queria, agora, sentir seus cabelos entre meus dedos, sua barba no meu rosto.
E mesmo com essa nostalgia toda, eu digo não.
Eu não gosto mais de você.
Em minha defesa, exorcizo o resto de você, que ficou em mim, nessas linhas. Exercito minha auto análise, e me declaro, definitivamente, livre.
Ou não.
Ana.
Texto e foto: Ana Letícia.