Ontem eu vi um eremita carregando sua casa nas costas.
Andava cambaleante, claudicando rua afora.
Justo onde não se vê pobreza (marginalizada, afastada e excluída do plano).
Um avião que se pilota em duas torres e dois pratos, de onde se ignora os que estão aos seus pés.
É logo ali, onde a cidade dorme, no buraco do tatu, que se escondem pedras, fumos, ternos e mendigos.
Sujos, lutam por mais um pouco de vício que os sustentam no ar e levam para outros caminhos.
A viagem dura pouco, é barata, é imunda.
E o eremita a tatear, procurando o chão e um lugar para cair e se esticar.
Ana.
Texto e foto: Ana Letícia.
nossaaaaaaaaaaaaa. séculos que eu nao vinha aqui! nem em blog nenhum, na verdade! mudou tudo, gente!
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sensível!
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Saber traduzir imagens mentais em palavras é próprio do ser humano. Mas fazê-lo com arte, Ana, é pra poucos.
Muito bom!!!
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Existem pessoas que são turistas desse mundo…
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