Pensava que quando o dia chegasse, fosse me sentir diferente. De fato, dá um certo tremor nas pernas, a gente se olha no espelho e por mais que se veja igual a todos os dias, o olhar minucioso enxerga coisas que não existem em lugares não imaginados.
Mas é sério, há anos pensava que, ao acordar neste dia, veria alguma transformação radical em mim. Pensava que me sentiria (mais) adulta, (mais) inteligente, (mais) mulher. Pensava que estaria ou mais feia ou mais bonita, ou mais magra ou mais gorda. Pensava que ficaria loira ou que não estaria ali.
Já cheguei a pensar que nunca estaria me olhando naquele espelho daquele quarto naquele exato ponto geográfico. Que talvez eu já tivesse cabelos brancos ou muitas tranças, rodopiando longe daqui. Que teria filhos e que eles já teriam meus netos.
Pensei que o mundo seria diferente… Mais colorido? Mais preto e branco?
A verdade é que o mundo já mudou. Já foi multicor e já foi cinza tantas vezes pelos meus olhos. Eu já mudei. Já emagreci e engordei feito sanfona em festa de São João, já pintei meus cabelos sem estarem brancos e há dias em que me acho bela, noutros, nem tanto.
A verdade é que já sou adulta e mulher, que minha inteligência deixa a desejar em alguns momentos, pois não sou nenhum Einstein. Já me aceito assim, nem bonita nem feia, um dia fatal, outro normal, gata borralheira ou cinderela, brava, calma, baixa, chique, simples. Minhas pernas já não são mais as mesmas, assim como minha flexibilidade também já teve dias melhores.
Mas hoje não estou velha. Nem sábia. Nem gorda. Nem magra.
Mas… Estou preparada: que venham mais 30!
Ana.
Dos “um” aos “cento e um” o que muda são apenas os algarismos. E o endereço do blog, hehehe Teu post é a grande conquista dos 30: descobrir que nada muda e aceitar. beijão pelo níver.
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Maravilhoso. Li em voz alta. Além de tudo, tem ritmo e cadência de poesia. Bjus
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sem muitas palavras, mas: a Ana nos trouxe pra dentro do exato momento dos 30 sem os famosos balões e alegorias comemorativas. Nos trouxe com criatividade, muita verdade e felicidade um sentimento inusitado, porém esperado.
nada como chegar aos 30 e ver que o deveria ter mudado não mudou, e o que não se esperava mudar, não mudou mesmo. mas o que mudou? a visão, muito mais do que tantos outros trejeitos sensacionalistas que nos cercam sobre os 30. uma data especial, sim, saímos da casa dos 20, saímos de muitas casas diariamente, e enfrentamos maneiras de ver o mundo ainda melhor. que venham mais 30, como a própria Ana termina seu texto.
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Blog de cara nova. Que chic!!!
Ai, ai…nem quero ver quando meus 30 chegarem (tipo, falta só um ano hahaha).
Qundo pequena, ficava imaginando como seria estar com 20, mas nada aconteceu como imaginei.
A vida é assim. A gente imagina, quer tudo ao mesmo tempo, mas se não tiver que ser… Então, agora, só me preocupo com o “peso” da idade.
É estranho envelhecer…
Bjos!!!
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Também esperei a tal revolução dos 30. Os dias continuam passando e agora eu creio cegamente na revolução dos 31.
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