E quando tudo parece perdido, e a noite demora a lembrar?
E quando as coisas mudam, as pessoas mudam, e você não quer mudar?
E quando o céu já está claro e você, pensando que é noite, fotografa a Lua? Mira o infinito? Joga pedra na ilusão?
Paga o pato, enterra o cão.
São caminhos pontudos de ladrilhos e ladeiras, cadeiras desossadas de manhãs sem sorrisos. Os dentes, pendentes, esboçam sorrisos roucos, poucos, assistindo estáticos às estátuas perambulantes.
Não levam espaços, levam barcos a vela, pavios e sonhos. Levam ondas de um mar que não existe, para um lugar que não há.
Mas me calo, espero passar. Prefiro a tolice à desilusão.
Teimosia é me entregar ao chão.
Uma pirueta e lá vou eu. Atrás do trio, elétrico, só vai quem já viveu.
Ana.
(Texto e foto: Ana Letícia.)